Sim, há muito o que temer. Tudo o que temo no outro é exatamente aquilo tudo que mais temo em mim e guardo, sufoco, afogo e afundo com pedra amarrada ao pescoço no fundo mais profundo de mim mesmo.
O outro sou eu fora de mim, emergido, resgatado e exposto. O eu que os outros podem ver e, quando me vejo, no outro eu temo. Eu o conheço melhor que ningém. Eu sou aquele outro e sei bem tudo o que ele pode pensar e fazer, quão longe ele pode ir, a que baixezas ele pode chegar, o quão cruel ele pode ser.

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