O tempo escorre pela alameda de palavras não ditas
Silêncios construíram torres altas nos campos da covardia
As estantes sobem pelas paredes mofadas
Arrotando teorias e séculos de poeira acumulada
Meus olhos se enroscam nas patas dos elefantes
Ficamos pesados como nuvens de tempestade
E solitários como o último peixe do aquário
"O que seria de nós se não fossemos o que somos
Seriamos... Esse é o maior dos fracassos"
O reflexo ainda no espelho do banheiro imundo... tão lindo!
Tenho voltado à aquele bar com frequência
Como a viúva do barqueiro vagando no cais
Como o cachorro sentado à porta do cemitério
Penso que não há nada mais cruel do que as lembranças
Mesmo depois de morta a esperança, elas estão lá
Como fantasmas que atravessam paredes
Como insetos zumbindo insistentemente nos ouvidos
Meu choro tornou-se sêco e quieto
E me rasga por dentro como se fosse ácido
Agora é tão tarde e falta sentido em tudo o que sinto
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